sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Vós ... (soneto duplo)

Vós ... (soneto duplo) 

Sinto a dor que trespassa o coração 
Desde a ímpia e remota mocidade 
Cansado de aguardar outra intenção 
Que a vida me frustrou em tenra idade 

Dos males que contra mim conjuraste 
Na perfídia que o tempo não apaga 
Vós que meu peito, a vós inflamaste 
De paixão imortal, que não se apaga 

Tolhendo à vida, sonhos de ventura, 
Ponde fim, a um tormento, tão comprido 
Já acabei pobre de amor, desiludido 

Vergonhoso castigo de desventura, 
D’vós a mim infligido sem sentido, 
Retraindo-vos, a um pesar escondido ! 

II 

Vós que da ventura me afastaste, 
Tão cedo, ao despontar em mim a vida, 
Lágrimas. Certamente as choraste 
Por de teu ato, estares arrependida 

Porém, a vida não nos dá retorno 
Nem muda o curso que o rio segue 
Passou o tempo. E este, sem contorno 
Deixa-vos arrependida, não negue 

Se teu amor foi frenesi, o meu não! 
Senhora, o triste fim que deu a meu amor 
Chorando do viver uma saudade 

Condição cruel ao pobre coração 
Que viveu uma vida de saudade e dor. 
Cuidar de salvar-se, foi tua razão !... 


São Paulo, 09/11/2015 (data da criação) 
Armando A. C. Garcia 

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